Em uma tentativa de resolver o impasse com os servidores técnicos administrativos da educação, o governo federal apresentou uma nova proposta de reajustes salariais na tarde de terça-feira, dia 12. O projeto prevê um reajuste médio de 29,6% ao longo de quatro anos, além de progressões salariais a partir de 2026.
De acordo com os sindicatos, a oferta é um avanço nas negociações, mas ainda não atende plenamente às expectativas das entidades, que pedem por um reajuste salarial já em 2024. Assim sendo, as greves nas universidades federais devem continuar por, pelo menos, mais uma semana.
É preciso ainda reunir os professores e técnicos em assembleias para definir o futuro da mobilização, que já dura mais de dois meses e afeta cerca de 560 unidades de ensino em 26 estados.
Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), a nova proposta inclui um reajuste de 9% concedido a todos os servidores federais no ano passado e uma progressão de 4% a partir de 2026. O reajuste final variará entre 25% e 44%, dependendo da classe e do nível na carreira.
“Além disso, é importante destacar que, assim como todos os servidores públicos federais, os TAEs receberam um reajuste de 118% no auxílio-alimentação, que passou para R$ 1 mil, e de 51% no auxílio-saúde e auxílio-creche”, informou o MGI em nota.
Recepção dos sindicatos
Apesar do avanço, a reação dos sindicatos foi mista:
– Os anúncios de hoje são fruto da greve, que forçou o governo a mudar sua posição contrária a investimentos na educação federal. Os valores estão abaixo de nossas reivindicações, mas representam um avanço, uma vitória. A postura de Lula e Camilo Santana na reunião, porém, apenas confirma a atitude desrespeitosa e antidemocrática do governo em relação à greve e aos grevistas – afirmou Gustavo Serefian.
Avanços nas negociações
O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão, José Lopez Feijóo, destacou a evolução na oferta do governo:
– Do ponto de vista financeiro, a proposta ajustou os padrões, ou seja, os chamados steps, que é a evolução na carreira, do início ao final, de 3,9% para 4% em 2025, e de 4% em 2025 para 4,1% em 2026. Se agregarmos a isso os 9% [de reajuste] de 2023, estamos falando de reajustes que chegam a um pouco mais de 46%, portanto, uma boa proposta. Além disso, atendemos demandas como uma aceleração na progressão da carreira, que levava 22 anos e meio para chegar ao topo, reduzindo para 18 anos com uma proposta de padrões verticais, e que agora, com esta aceleração, pode chegar do início ao topo em 15 anos – explicou.