Publicada em 21 de maio de 2025, a Medida Provisória nº 1.300 representa um passo importante rumo à modernização do setor elétrico brasileiro. A iniciativa atende a antigas demandas por justiça tarifária, descentralização do mercado e atualização do modelo institucional e de financiamento da área.
Embora seu alcance ainda possa ser ampliado, a MP aborda temas relevantes como a abertura total do mercado livre de energia, mudanças nos subsídios e ajustes na governança do setor. A proposta se estrutura em três eixos centrais:
- Justiça tarifária: com nova versão da Tarifa Social e do Desconto Social de Energia Elétrica;
- Liberdade de escolha: via abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL);
- Equilíbrio entre consumidores: com redistribuição mais justa de encargos entre os mercados regulado (ACR) e livre (ACL).
E quais são os principais pontos das mudanças?
1- Abertura total do mercado livre (ACL)
2- Novas regras para autoprodução de energia (APE)
3- Fim do desconto na TUSD/TUST para o consumo
Outros pontos relevantes da MP nº 1.300
A proposta ainda traz outros avanços e ajustes regulatórios:
- Inclusão de tarifas horárias, multipartes e modelo pré-pago;
- Redistribuição dos subsídios da geração distribuída entre ACR e ACL;
- Eliminação progressiva da diferenciação por nível de tensão na CDE (até 2038);
- Novas competências da CCEE na gestão de garantias, certificações e compensações;
- Reformulação da Tarifa Social com gratuidade para consumo de até 80 kWh/mês;
- Criação de mecanismo concorrencial para resolver passivos judiciais ligados ao GSF.
E agora? Tramitação e riscos
A MP já está em vigor, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias (prorrogáveis por mais 60). Se não for convertida em lei, perde a validade. Nesse caso, será necessário um Decreto Legislativo para regulamentar os atos praticados durante sua vigência.
Durante a tramitação, é essencial acompanhar possíveis emendas ou “jabutis” — temas estranhos ao texto original — que podem comprometer o objetivo da reforma.
Conclusão
A MP nº 1.300/2025 representa uma iniciativa relevante para modernizar o setor elétrico, aproximando o Brasil de práticas mais eficientes e sustentáveis. Mas, como toda reforma estrutural, o sucesso da proposta depende do equilíbrio entre segurança jurídica, justiça tarifária e liberdade de escolha para consumidores e investidores.
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